Às vezes a raiva parece impossível de ser controlada. Aquele sentimento de fúria que se instala em presença de ameaças, injustiças e frustrações, pode gerar estragos gigantescos. A verdade é que esse sentimento não é bom nem mau: tudo depende da forma como é gerenciado. Uma raiva sob controle, aliás, pode ser muito benéfica, e funcionar como força e energia impulsionadora para o que precisa ser mudado.
Todas as emoções, mesmo aquelas que julgamos “erradas” (raiva, inveja, preocupação, medo), não existem à toa: elas são importantes para a nossa sobrevivência. O problema está no excesso e intensidade da emoção, e no mau direcionamento da mesma.
Mas como posso me controlar em um desses momentos de fúria?
- Entenda o ciclo da raiva: ela começa pela sua interpretação de uma determinada situação; prossegue com reações fisiológicas de raiva (batimentos cardíacos mais rápidos, sensação de rosto “queimando”, etc.); e continua com algum comportamento, muitas vezes inadequado e agressivo (seja através de insultos, ou agressões físicas).
- Aprenda a identificar os sintomas de que está ficando com raiva, e tente interromper o mais cedo possível: a raiva muitas vezes sofre escalonamento, e fica mais difícil interromper quanto maior ela for. Lembre-se sempre que comportamentos como o de aumentar o tom de voz, alimentam ainda mais esse sentimento, ao invés de aliviar .
- O diálogo que você trava com você mesmo é muito importante nesse momento: a cada vez que você pensa, por exemplo, que algo é injusto ou que alguém está te provocando de propósito, a raiva se intensifica. Dessa forma, tentar imaginar outras possíveis interpretações para o mesmo evento pode ajudar a diminuir a emoção negativa (“estou com raiva porque ele nunca presta atenção no que eu digo” ⇒ “talvez ele esteja preocupado com algum problema hoje”; “talvez eu tenha falado muito rápido”; “ele é mesmo uma pessoa mais distraída, e isso não necessariamente significa que ele se importa menos comigo”)
- Saia de perto ou dê um tempo da situação que o aborrece, até que a raiva diminua. É muito difícil pensar racionalmente quando estamos sentindo fortes emoções, por isso é melhor fazer algo que o distraia (o velho ditado do “conte até dez” tem sua utilidade aqui)
- Respire profundamente: você não pode estar relaxado e tensionado ao mesmo tempo. A medida que a respiração ajudar a diminuir seus sintomas fisiológicos da raiva, você ficará mais calmo por inteiro.
- Quando estiver mais calmo, converse sobre o que te incomodou, ou elabore estratégias para tentar resolver as situações que considera injusta ou frustrante. “Deixar para lá” pode, muitas vezes, torná-la ainda mais forte no futuro, devido à sensação de que está guardando tudo. Lembre-se que a raiva, quando justa, é um sinal de que algo precisa ser feito. É nesse momento que ela se torna benéfica: é uma força impulsionadora, faça um proveito consciente dela, que lhe traga mais felicidade, e não estragos.